Na sequência das investigações que
desenvolveu em 1822-1825, o francês Nicéphore Nièpce deu um passo crucial para
a descoberta da fotografia, conseguindo revelar uma imagem anteriormente
impressionada numa chapa de cobre inserida numa câmara escura. Mais tarde o seu
sobrinho Nièpce de Saint-Victor aperfeiçoou as invenções do tio e tornou-se um
notável fotógrafo, obtendo imagens de uma pureza inexcedível. Mas, para isso,
utilizava aparelhagem que pesava quilos e tempos de exposição intermináveis
150 anos depois as máquinas fotográficas
são instrumentos práticos de manejo rápido e simples, dotados de tecnologia da
era espacial. E o fotógrafo não precisa que o tema ou o modelo fiquem imóveis e
tira instantâneos sob quaisquer condições de luz.
Ao longo deste percurso adaptaram-se variadas
inovações que deram origem a sucessivas gerações de máquinas fotográficas,
tornando as mais antigas obsoletas. Idealizaram-se também muitos modelos,
alguns com enorme sucesso, sobretudo entre as portáteis utilizadas por
profissionais e amadores, como os “caixotes”, as “de fole”, as “reflex” e as do
tipo “Leica” que hoje fazem as delícias dos colecionadores como Manuel Paula.
Entre a mais de meia centena de peças da
sua coleção, “começada com uma Agfa do meu avô”, encontram-se aparelhos que
datam desde o final do século XIX até ao pós-guerra, todos em condições de
funcionar. Este tipo de coleção “tornou-se quase uma moda e já não é tão fácil
aumentar a coleção".
“Para se fazer uma coleção como deve ser é preciso investigar e proceder a uma sistematização, que até dá prazer. Embora o melhor sejam as tertúlias que se criam entre os colecionadores do mesmo tema, pois, muitas vezes são pessoas com grandes afinidades culturais, apesar de todos reconhecerem que os outros são, simultaneamente, os melhores amigos, com quem se é franco, aberto e generoso, e os maiores inimigos, porque disputam as mesmas peças e se revelam todos os segredos pode perder-se um filão.”
Vemos nas fotos alguns dos exemplares mais “fotogênicos” da coleção de Manuel
Paula, incluindo exemplares de madeira e metalizados, com e sem fole, desde
modelos de bolso a modelos “de campo”, de origem francesa, americana, alemã e
inglesa, fabricados nos fins do século XIX e princípios do século XX.
Referência
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